sábado, 21 de fevereiro de 2015

GENESIS


Não há humor sem inquietação. O humor nasce sério. É triste, dolorido, o seu embrião.Humoristas devem mergulhar nos abismos abissais da sua alma, para tirar de lá o que se confunde com a de todos. 
Aos poucos, as piadas deixam de ser levianas, para profanarem o templo da verdade, onde o riso não é frágil, mas catártico.
A que se fazer um mergulho profundo nos buracos negros para descobrir o que nos levaram de vida, de autenticidade, de percepções genuínas. 
Fórmulas fáceis nos seduzem só até que o silêncio diga mais, e o que precisar sair da boca é o vômito sincero do desconforto existencial. 
Falemos pouco, falemos com os olhos, deixemos subentendidas as nuances da nossa pérola. Porque para que continue sendo uma pérola, precisará ser encontrada por nossos interlocutores. 
O humorista deve calar-se até que sua boca exploda.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

eu sempre gostei da comédia stand-up, como sempre gostei de ler crônicas

a arte de olhar pequenas coisas na vida e dar a elas sabor é uma dádiva

o cronista e o comediante aguçam suas antenas e gastam seu tempo fazendo uma coisa que nós adoraríamos estar fazendo: olhando para coisas essenciais

o comediante stand-up olhará especialmente para as absurdidades de coisas para as quais ninguém olha, não do jeito que ele olha

as grandes profissões do futuro estão relacionadas com um olhar genuíno sobre tudo.